domingo, 8 de fevereiro de 2009

Ao Acordar - Paulo Castro.


ao acordar cedo, o sol ilumina coisas que no dia de vais e portas
vens
ficam esquecidas.
o sofá com o tecido rasgado pela gata.
a parede descamada com imagem de faca aguda,
&
mesmo por empréstimo,
o fogo do primeiro café.
o tempo que ele leva é nuvem que me cerca
lá, olhos ainda grudando, lágrimas e sujeiras sonhadas,
quem sabe,
talvez você , corpagen abandonada,
em tal tempo de nebulosa,
ansioso até a água ferver, observo que o chão amadeirado,
bonito como trilha, ou sentido passageiro da vida,
também é assim feixe faturado,
a janela do vizinho à frente
brilha, mas
a água está fervendo,
logo as pessoas vão estar
acordadas
e inutilmente
correndo atrás de alguma forma
de iluminação,
mas ainda,
a folhagem toda
na horta
respira cor.
º

3 comentários:

  1. gosto muito quando há surpresa na leitura de um autor que muda de cor. como grazzi no primeiro texto da dupla e como vc, pc, neste texto.
    Bel.

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  2. e tá saindo um monte.....um atrás do outro,
    parece tantra....
    Beijos, Bel.
    º

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  3. O dia parece começar nostalgico, porém sereno. Por que domingos são nolstalgicos? Consigo encontrar casas de aranhas em cantos da casa aos domingos.
    Acho que seu primeiro café, mesmo que não tido açucar, vai adoçicar a lingua, pelo menos nesse primeiro momento. Ora, 'a folhagem, toda, na horta, respira cor.'
    Nesse momento não tens outra opção.
    Ellen.

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