sexta-feira, 27 de março de 2009

Exposição


izabel xarru



Recolhi o naufrágio como um tecido agarrado à pele: ele me sussurrou 'incêndio' através dos ossos da minha mão/
desde então, o que ouve, em mim, é mais interno e tem acuidade de olho/ o que fala já não sou, /
o que anda é imóvel como uma certeza. /




Adoto o esquecimento: a seda não tem memória, só estampa/
Imprimo a lua nos acontecimentos/
porque/
aqui/
a brisa me basta em nome da noite. /
Todos os vocês estão mortos/
Todos os eus os velam/
e Deus é uma pedra convidada a me afiar/
Dentes/
Percurso/
e Imagens.

5 comentários:

  1. uma dança entre tecidos de olhos fechados.
    matando;
    uma faca no osso da mão.
    rasgando.
    aparente calma,
    para uma carnificina.
    sorte de quem notar tal beleza.
    beijos.
    º

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  2. E o que não anda é o que nos faz andar?

    Hummm..hihi

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  3. vou e volto e fico. fico assim: PELE DE OLHO TENSA. tô morando aqui. saio mais não. beijos.

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  4. bel,

    tecido fica agarrado à pele
    mas é

    seda...

    ela é sutil, suave*

    incendeia a sua mão, mas deixa a estampa, como mesmo enfatiza, da MARCA indelével, a fogo, a brasa,
    torpor, que de alguma forma, vc
    deixa e x p o r no sentido literal, pois citou o divino, e com ele vem as chagas abertas, a memOria e com ela os signos para quem tem a sutileza de decifrar sua suave exposição.

    linda vc*

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